Dia 17 de maio de 1985 estreou o que viria ser a primeira (e única) série de cultura surf do TV brasileira, a Armação Ilimitada, aventura, 45 min.
Os heróis Juba e Lula ( Kadu Molterno e André de Biase) foram inventados pelos próprios atores, que se encontraram um dia, numa sessão de surf e decidiram produzir algo juntos. Os dois já tinham experiências em cinema (André, em Menino do Rio) e TV (Kadu, em Partido Alto), ambos interpretando os primeiros personagens surfistas que surgiram dentro da dramaturgia brasileira.
O autor Antônio Calmon e o diretor Guel Arraes compraram a idéia, incorporando a dupla de atores que além de surfistas tinham a disposição necessária para enfrentar cenas de ação como verdadeiros dublês em cenas de vôo livre, motocross, skate, montaria, e muitas outras modalidades, exatamente como seus personagens, na ficção.
Na trama, Juba e Lula são sócios em uma empresa de serviços, prontos
para qualquer desafio no ar, no mar e na terra, (Ar Mar Ação) a Armação
Ilimitada, situada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Como não podia faltar uma heroína, Zelda Scott (Andréa Beltrão)
entra em cena na pele de uma repórter dedicada, que vive sendo colocada
em frias por seu chefe carrasco (Francisco Milani). Zelda vem a ser a namorada de
Juba e Lula juntos. Caretisse zero.
Muito do sucesso da série tem a ver com a atmosfera dos anos 80, que inspirava um certo clima de anarquia pós ditadura, aliado a uma grande fome de aventura por parte da infância "baby boomer" dos brasileiros nascidos entre as décadas de 70 e 80 que se identificaram prontamente com os personagens da Armação, que contava inclusive com o pequeno Bacana (o ator mirim Jonas Torres) como representante dessa geração da qual Juba e Lula se tornaram heróis incontestáveis.
Diálogo entre Bacana e Juba, na praia:
Bacana -Vou ser um bom surfista? Surfista pega muita garota... Todas tomam pílula, né?
Juba - Acho que sim.
Bacana -Aínda bem, eu sou muito pequeno para ser pai.
PS: Genial!
Feita para cativar o público adolescente, a série usa e abusa de trucagens em vídeo como
sobreposições, máscaras, divisão de tela, chroma key, e outros efeitos que
tornaram popular a linguagem de videoclip na época. Com personagens de espírito livre e brincadeiras politicamente
incorretas, Armação Ilimitada se concretizou como uma obra única, sem
chance de remake, que trazia em meio a cenas de explosão, humor e pegação, muito da verdadeira cultura Surf da época em que circulavam pelas praias do Rio nomes como Pepê Lopes, Petit, Tito Rosemberg, entre outras lendas entre o mar e o céu.
Pepê Lopes - foto: Fedoca
Curta um pouco a vibe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário